I Capacitação

A I Capacitação em POA aconteceu nos dias 3, 4 e 5 de outubro, tendo como objetivos integrar os participantes, fomentar o trabalho em rede, propiciar a reflexão e o auto-conhecimento dos Responsáveis Técnicos (enquanto líderes e gestores de um projeto social) e continuar a revisão dos projetos sociais.


Uma das fotos do grupo neste encontro:



A imagem da liderança do grupo deu o que falar...


Nossa colega Claudia Kolher esteve completando primaveras durante este encontro:




Memória do Encontro

PROVOCAÇÕES E METÁFORAS - Claudia Ribeiro Köhler – Projeto Inclusão: somos todos diferentes - BRS/RS

Ao escrever a memória do nosso primeiro encontro de formação ofereço uma perspectiva singular sobre ele e um grande carinho pela rede que estamos formando.


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Inspirado na obra de Mach – Bienal do Mercosul e no avião de Arildo.

Colegas, os fatos mais recentes se aproximam com maior facilidade ao tentar descrever nosso encontro em Porto Alegre nos dias 03, 04 e 05 de outubro. O significado do encontro para cada um de nós, expresso em uma ou duas palavras que pegam carona no avião de Arildo ou que saem em revoada, pássaros fortes, organizados, objetivos claros, liderança alternada é o que primeiro me vem a mente.

Num esforço busco a manhã do dia 03 de outubro. Primeiramente o encontro informal, para quem chegava naquela manhã saguão do hotel, café, para quem pernoitara a ordem é inversa. Isto não importa, o interessante é que tentávamos nos reconhecer entre tantas outras pessoas que por ali circulavam e também conhecer as novas pessoas que se juntavam ao grupo. Chegamos, em maioria, ao local do nosso encontro por volta das 9 horas. Penso que esta é a primeira mensagem invisível: chegar às 9 horas quando o encontro está marcado para as 8 horas e 30 minutos. Ainda procuro entende-la.

Fomos convidados nesta manhã a desenhar um brasão onde estivesse presente cada um de nós em relação ao lugar onde vivemos e ao nosso trabalho. Quais os símbolos que usamos? Lembro da água, da terra, da grama, das cores fortes, dos tons pastéis... O que eles revelam de cada um de nós? Olha-los agora, com o distanciamento do grupo, da exposição dos traços, da tensão da fala, ajuda a conhecermo-nos melhor?

Entre tantas metáforas e mensagens subjetivas, orientações precisas:

§ Reforçar relação com a mídia local.
§ Conceitos divulgados devem estar alinhados na rede.
§ Os projetos foram aprovados pelo seu impacto social.
§ Aplicar o recurso em investimento de baixo risco.
§ Levantar necessidades de recursos para os primeiros 30 dias e o saldo restante deve ser aplicado...

A logomarca da rede, não lembro mais em que momento do dia a discussão aconteceu, mas como todas as outras deu o que falar...

Tarde do dia 03 de outubro: abafada, liga ar, desliga ar... muitos de nós vivem no interior do estado, precisamos de verde, de ar puro, de sol. Acho que a maioria sentiu esta necessidade. Mas quero lembrar da beleza das cores dos fios entrelaçados na rede que fizemos. Isto me leva ao momento final do encontro, no dia 05, quando Alexandre falou em “nos jogarmos nesta rede”. Visualizando a rede que tecemos a vejo convidativa, mas ainda com uma teia frágil, não me jogaria nela. Assim a Rede Concerto Social, convida pela estética que começa a se apresentar, pelo potencial do grupo que a tece, pela textura dos fios, mas nos jogaríamos nela neste momento? A inquietação do grupo nesta tarde demonstra que não. A proposta é de teorizarmos...

Manhã do dia 04 de outubro de 2007, apresentação dos projetos. A partir deste momento nos tornamos portadores da síndrome dos cinco minutos. Difícil colocar sonhos, realizações, necessidades e tudo mais que passa pelo nosso imaginário com relação aos nossos projetos em apenas cinco minutos. Mas uma pergunta foi provocativa:

- Se encontrares o Coordenador de Responsabilidade Social do Instituto HSBC no elevador, do primeiro ao quinto andar, conseguirás dizer tudo o que precisas?

Os diversos momentos do encontro formam pontos de apoio a uma rede. Conhecer a subjetividade dos grupos com os quais trabalha, saber ler as entrelinhas e ser claro e objetivo para se fazer entender é um desafio para um líder. Mas o grupo, acredito, ainda prefere a dramatização da Rita ao sugerir parar o elevador.

Continuo a lembrar este dia a partir de metáforas, significado especial para mim que estava de aniversário e apaguei uma vela que considerei como marco zero de um novo momento da vida. Mas em nosso grupo, embora devamos considerar a individualidade de cada um, temos um objetivo coletivo e é no coletivo que devemos nos centrar. Entre pássaros e aviões, árvores que voam, mas que não abriram suas asas, o que é uma decisão coletiva? Como chegar a ela? Planejamento, execução, quem faz (lembremos que, segundo a Lise, o verbo fazer está muito presente no grupo) o quê? Quando? Como? Lideranças agrupadas buscando constituir um grupo, para mim este foi o centro da atividade quando nos solicitaram representar através de desenhos a liderança para o grupo. O que é ser líder, gestor, empreendedor social? Com certeza esta pergunta permanecerá entre tantas outras (des)construções.

Sexta-feira, 05 de outubro de 2007. Chegamos ao tão esperado momento de rever os projetos.
Fomos convidados a caminhar pela sala (Caminhante, o caminho se faz ao caminhar), olhar os cartazes representando os diferentes projetos e escolher um com o qual nos identificamos, com o qual gostaríamos de estar envolvidos.
Novo Caminhar: escolha de um compadre ou de uma comadre para apadrinhar nosso projeto.
Expressões: ser rápido para não ficar sozinho; ser escolhido para não ter que escolher; parei no meio da sala e me puxaram...
Novo Desafio: dialogar com o compadre ou a comadre sobre esta “criança” que está sobre nossa responsabilidade; decisões a tomar, nem sempre os compadres ou comadres dizem o que se quer ouvir; ansiedade, cada um quer falar do seu projeto; é preciso desenvolver a escuta.

§ PLANEJAMENTO – METODOLOGIA MARCO LÓGICO

MOMENTOS FINAIS
Ao realizarmos a avaliação, a irmã pergunta se a folha em branco é para fazer um desenho. Não sei porque esta frase ficou gravada, divido com vocês esta interrogação. O que significa uma folha em branco ao final do nosso encontro? Alguém também disse, em outro momento, que é no invisível que brotam nossos calos. Fica a reflexão.

Comecei a escrever a memória registrando os significados deste encontro para cada integrante do grupo. Finalizarei com a mensagem que recebemos no quarto do hotel ao chegarmos em Porto Alegre, simbolizando o acolhimento com que fomos recebidos pela Lise, Rita e equipe da Parceiros Voluntários.

REDESCOBRIR
Como se fora brincadeira de roda, memória
Jogo do trabalho na dança das mãos, macias
O suor dos corpos na canção da vida, história
O suor da vida no calor de irmãos, magia
Como um animal que sabe da floresta, perigosa
Redescobrir o sal que está na própria pele, macia
Redescobrir o doce no lamber das línguas, macias
Redescobrir o doce e o sabor da festa, magia
Vai o bicho homem fruto da semente, memória
Renascer da própria força, própria luz e fé, memória
Entender que tudo é nosso, sempre esteve em nós, história
Somos a semente, ato, mente e voz, magia
Não tenha medo, meu menino bobo, memória
Tudo principia na própria pessoa, beleza
Vai como a criança que não teme o tempo, mistério
Amor se fazer é tão prazer que é como se fosse dor, magia
Como se fora brincadeira de roda, memória
Jogo do trabalho na dança das mãos, macias
O suor dos corpos na canção da vida, história
O suor da vida no calor de irmãos, magia
Elis Regina

Com estilo afirmativo-provocador, Odilon menciona ao final do encontro: - O Instituto confia na rede e no projeto particular de cada um.
Reforcemos os fios e as amarrações,
Claudia Ribeiro Köhler
Bom Retiro do Sul, 13 de outubro de 2007.

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